Guga relembra como se tornou vítima da obsessão pelo posto de número 1

06/12/2015 16:42

Na semana em que completou 15 anos da conquista do título de maior tenista do mundo, Gustavo Kuerten relembra o caminho cheio de dramas até a vitória

 

Guga EE (Foto: Reprodução / Esporte Espetacular)Guga EE (Foto: Reprodução / Esporte Espetacular)

"Eu acho que posso ser o número um do mundo", estampava o cartão postal que o menino Gustavo enviou para a família direto de Paris quando ainda tinha 15 anos. Naquela época, Guga estava na Cidade Luz para uma competição, com dinheiro contado e passando por todos os perrengues que um iniciante poderia atravessar. Mesmo assim, acreditava cegamente em seu potencial. 

- Esse cartão que eu escrevi é um imenso absurdo, porque se ele não existisse ninguém me convenceria que aquilo era verdade - relembra Guga. 

Apenas oito anos anos depois daquele cartão, ele já uma estrela de primeira grandeza, o bicampeão de Roland Garros e capaz de alcançar sua profecia de adolescente. Entretanto, tinha pela frente seu maior adversário: seus próprios limites. Guga se tornava vítima da obsessão pelo posto de número um do mundo.

 No final de agosto, US Open, praticamente bateu na minha porta: "tá aqui, número um".  E, ali, eu me compliquei, perdi na primeira rodada. Mesmo sem jogar muitos jogos, a cabeça não me dava paz. Esse acúmulo de "quase" começa a criar fantasmas imaginários, e vem o questionamento: será que se fosse pra ser número um já não era pra ter sido naquela primeira? Ficava, cadê, cadê aquela minha chance de novo? Era um cenário de tristeza, de desilusão e eu, número 2 do mundo. Só que, pra mim, ao mesmo tempo que era gigantesco era pouco - revela. 

Em entrevista ao repórter Fellipe Awi, para o Esporte Espetacular, Guga relembrou o caminho cheio de dramas e reviravoltas desde o primeiro jogo no Master Cup em dezembro de 2000, em Lisboa, até o dia em que foi consagrado como o tenista número um do mundo.

Por Victor Simão - DA REDAÇÃO ESPORTE ESPETACULAR 

 

 

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