Cruze x Elantra: briga de sedãs completos

28/04/2015 00:15

Com novo visual, o Chevrolet Cruze encara o Hyundai Elantra, que aposta no motor e nos equipamentos de série

                     

 

 

 

 

Em sua categoria, o Hyundai Elantra ocupa a 12ª posição no ranking da Fenabrave (associação de revendedores), o que não faz dele um sucesso de vendas. O que é uma pena, já que o carro tem atributos para enfrentar gente grande. Neste comparativo, portanto, ele é colocado lado a lado com o Chevrolet Cruze, que recebeu um facelift no final do ano passado.

O Elantra esbarra no preço elevado. Oferecido somente na versão de acabamento GLS, encontrada por R$ 96.990 ou por R$ 98.990 com teto solar, tem acréscimo de R$ 1.000 ao valor do carro se o cliente optar por pintura metálica ou perolizada. Já o Cruze está à venda na configuração de entrada LT por R$ 69.990 com câmbio manual ou por R$ 73.690 com o automático. Há ainda a opção topo de linha LTZ de R$ 84.100, a avaliada por iCarros. A pintura metálica soma R$ 1.300 ao preço.

Com o novo visual, o Cruze chama mais a atenção na rua, especialmente pelas luzes diurnas de LED integradas aos faróis de neblina. Sem dúvida, ele ficou mais elegante. Isso se aplica também ao interior com dois tons, disponível apenas na versão mais cara. O Elantra, por sua vez, exibe linhas suaves e arredondadas, que transmitem simpatia.

E o quê cada um traz?

Os dois sedãs trazem de série direção elétrica progressiva, seis airbags, controle de tração e de estabilidade, faróis de neblina, ar-condicionado digital, acendimento automático dos faróis, rodas de liga leve (aro 16 no Elantra e 17 no Cruze), partida por botão, sensor de chuva e de estacionamento, volante com comandos de áudio e regulagens de altura e profundidade, controlador de velocidade, bancos de couro e sistema multimídia com tela sensível ao toque, câmera de ré, DVD, GPS e Bluetooth.

No Hyundai, o ar-condicionado possui duas zonas de temperatura e o banco do motorista conta com ajustes elétricos, mas o computador de bordo não traz informações de consumo e autonomia, o que faz falta. Vale lembrar também que o Hyundai tem cinco anos de garantia.

Já o Cruze se diferencia pelo sistema remoto de partida do motor – e acionamento do ar-condicionado se ele estiver ligado – pelo controle na chave. Pena que teto solar não seja nem opcional. Sua garantia é de três anos.

Como andam?

O Elantra anda mais, não há como negar. Seu motor 2.0 16V flex rende 169 cv com gasolina e 178 cv com etanol, com torque de 20 kgfm e 21,5 kgfm, respectivamente. A transmissão é automática de seis marchas. Já o Cruze traz um 1.8 16V flex que desenvolve 140 cv com gasolina e 144 cv com etanol, com torque de 17,8 kgfm e 18,9 kgfm, respectivamente. O câmbio também é automático de seis velocidades.

Além do motor menor, o Chevrolet sofre com o funcionamento do câmbio, que tira a agilidade das respostas e, inclusive, chega a dar trancos em algumas retomadas. Ainda assim, vale a ressalta de que o conjunto motor e câmbio tem melhor calibração no novo modelo do que no anterior. No Elantra, a transmissão é suave, com trocas quase imperceptíveis. Sua relação de marchas também permite uma condução mais ágil. Ao pisar fundo numa arrancada, por exemplo, o carro chega a jogar os ocupantes contra o banco. A diferença de peso (1.194 kg no Elantra e 1.427 kg no Cruze) também impacta no desempenho.

Mas o Hyundai brinca com os ocupantes no interior em outra situação: ao passar por ondulações no piso, o carro inteiro chacoalha. Isso é fruto da suspensão macia, que tira um pouco do conforto a bordo. Já o Chevrolet oferece um acerto intermediário, que não maltrata os passageiros nas ruas esburacadas nem compromete a estabilidade. A direção é progressiva em ambos os sedãs, ou seja, a rigidez varia conforme a velocidade. Mas o resultado parece melhor no Elantra, já que no Cruze ela é um pouco leve demais em velocidades maiores.

Durante a avaliação do iCarros, o Cruze registrou média de 5,5 km/l na cidade com etanol no tanque. Quanto ao Elantra, a ausência de informação de consumo no computador de bordo impediu uma comparação precisa. Segundo os dados do Inmetro, ele faz 6,3 km/l na cidade com etanol.

Vida a bordo

Nas dimensões, o Cruze é maior. Ele mede 4,60 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,47 m de altura e 2,68 m de entre-eixos. Vencendo apenas na distância entre-eixos, o Elantra mede 4,53 m, 1,77 m, 1,44 m e 2,70 m, respectivamente. Para quem viaja no banco traseiro, ambos oferecem muito espaço, mas o assoalho plano do Elantra permite acomodar melhor quem vai no meio. E para as bagagens, o porta-malas do Cruze também é maior, com capacidade para 450 litros contra os 420 litros do Hyundai.

Quanto ao acabamento, os dois modelos abusam de plástico, mas o Elantra exibe um desenho mais moderno, enquanto os dois tons do Cruze – lembrando estar disponível somente na versão topo de linha LTZ – passa um ar de requinte.

Escolha de Anamaria Rinaldi – Se você procura um carro que dê prazer ao volante, fique com o Hyundai Elantra, mas esteja preparado para gastar mais por isso. Se, por outro lado, pesa mais o custo/benefício, a escolha deve ser o Chevrolet Cruze, que custa menos mesmo na versão topo de linha e oferece uma lista de equipamentos equivalente, além de ter visual mais moderno e ser mais espaçoso.

 

ICARROS

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