Dívida pública federal salta 21,65% em 2015, a R$2,793 tri, e pode chegar a R$3,3 tri em 2016

26/01/2016 00:07

A dívida pública federal cresceu 21,65 por cento em 2015, a 2,793 trilhões de reais, batendo novo recorde histórico num ano marcado por elevação da Selic para o combate da inflação, investida que tem impacto direto sobre o aumento das despesas com juros.

Com isso, o passivo encerrou o ano muito próximo do limite estabelecido pelo governo, de 2,8 trilhões de reais para o ano, patamar que já havia sido flexibilizado em agosto, após ter sido inicialmente fixado em 2,6 trilhões de reais.

A dívida mobiliária federal interna subiu 21,4 por cento, para 2,650 trilhões de reais, enquanto a dívida pública federal externa subiu 27,2 por cento para 142,8 bilhões de reais.

Refletindo a manutenção de um cenário volátil, com investidores demandando prêmios maiores diante da percepção do aumento do risco ligado ao país, a dívida pública federal deve aumentar novamente em 2016, ficando entre 3,1 trilhões e 3,3 trilhões de reais, conforme Plano Anual de Financiamento (PAF) divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Fazenda.

No PAF para este ano, o Tesouro Nacional assinalou que os títulos vinculados a juros flutuantes, como a Selic, responderão por 30 a 34 por cento da dívida pública federal, ante 22,8 por cento em 2015, já acima do limite de 22 por cento que havia sido estabelecido pelo governo.

Esses papéis pós-fixados são mais demandados por investidores quando há percepção de aumento do risco. Foi o que aconteceu com o Brasil na esteira de intensa crise política e recessão econômica, num ambiente também marcado por juros e inflação em patamares elevados.

Contudo, esse títulos tiram previsibilidade para a dívida, já que flutuam com os juros. No longo prazo, o governo busca reduzir a participação dos títulos com taxa flutuante a 15 por cento.

O secretário interino do Tesouro, Otavio Ladeira, defendeu as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) - título pós-fixado atrelado à Selic - como instrumento de custo mais reduzido em comparação aos títulos de curto prazo com taxas prefixadas.

Por Victor Simão - DA REDAÇÃO REUTRS BRASIL

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